As aparições da Virgem nos séculos
III a X
Segundo Gregório de Nissa, a Virgem Maria apareceu a São Gregório, o Taumaturgo no ano de
Já no ano de
No ano de
2ª Aparição São Gregório(Taumaturgo) no ano de 231;
3ª Aparição São Nicolau de Mira no ano de 325 na Turquia;
4ª Aparição Casal Rico sem filhos no ano de 363 na Roma (Nossa Senhora das Neves)
Gregório nasceu em Neocesareia, atual Niksar, a capital da província romana de Ponto, na Ásia Menor (atual Turquia) por volta de 213 dC. Entre os que construíram a igreja cristã, estenderam sua influência e fortaleceram suas instituições, os bispos da Ásia Menor ocupam uma posição de honra. E entre eles, Gregório de Neocesareia tem um lugar bastante proeminente. Pouco se sabe do seu trabalho pastoral, e os seus escritos teológicos que sobreviveram estão incompletos. Esta falta de conhecimento esconde parcialmente sua personalidade, à despeito de sua importância histórica e seu imemorial título Taumaturgo, "fazedor de maravilhas / milagres" em grego latinizado, lançam um aura lendária sobre ele. Apesar disso, a vida de poucos bispos do século III são tão bem autenticadas e as referências históricas a ele permitem uma reconstrução bastante detalhada de sua obra[2].
Originalmente, ele era conhecido como Teodoro ("presente de Deus"), um nome que não era exclusivamente cristão. Sua família não tinha se convertido ao Cristianismo e foi introduzido nela apenas aos 14 anos, após a morte de seu pai. Ele tinha um irmão, Atenodoro, e, aconselhados por um de seus tutores, os jovens ficaram ansiosos por estudar direito na escola de direito de Berytus (atual Beirute, no Líbano), uma das quatro ou cinco escolas famosas do mundo helênico daquela época. Nesta mesma época, o cunhado deles foi nomeado assessor (advogado) para o governador romano da Palestina. Os jovens, portanto, tiveram oportunidade de agir como acompanhantes para a irmã deles em lugares tão distantes quanto Cesareia Palestina. E assim que chegaram lá, eles aprenderam que o famoso estudioso Orígenes, reitor da famosa Escola Catequética de Alexandria, morava lá. A curiosidade os levou a ouvir e conversar com o mestre, cujo irresistível apelo terminou o serviço[carece de fontes?]. Logo, ambos esqueceram-se de Beirute e da lei romana, e se entregaram ao grande professor cristão, que gradualmente os converteu[2].
Em seu panegírico sobre Orígenes, Gregório descreve o método empregado pelo mestre para ganhar a confiança e a estima dos que ele desejava converter, como ele mesclava um candor persuasivo com arroubos de temperamento e argumentação teológica, colocados juntos e de forma inesperada. Talento de persuasão ao invés de racionalidade pura, uma evidente sinceridade e ardente convicção eram os métodos que Orígenes empregava para converter[2].
Gregório inicialmente estudou filosofia, adicionando teologia em seguida, mas sua mente permaneceu sempre inclinada para o estudo filosófico, tanto que durante sua juventude ele acalentava um forte desejo de demonstrar que a religião cristão era a única "boa filosofia". Por sete anos ele se submeteu à disciplina mental e moral de Orígenes (de 231 até 238 ou 239). Não há razão para acreditar que seus estudos foram interrompidos pelas perseguições de Maximino Trácio. Já a sua alegada viagem a Alexandria, neste período, pode ser considerada pelo menos duvidosa e provavelmente nunca ocorreu[2].
Antes de deixar a Palestina, Gregório proferiu na presença de Orígenes uma oração de despedida pública na qual ele dirigiu agradecimentos ao ilustre mestre que ele estava deixando. Esta oração é valiosa por diversos pontos de vista. Como um excercício de retórica, ela demonstra o excelente treinamento dado por Orígenes e sua habilidade em desenvolver gosto literário e senso da quantidade de adulação então permitidas ao se dirigir a uma pessoa viva num público composto majoritariamente por cristãos. Ela contém, além disso, muita informação útil sobre a juventude de Gregório e o método de ensino de seu mestre. Uma carta de Orígenes se refere à partida dos dois irmãos, mas não é fácil determinar se ela foi escrita antes ou depois da oração ter sido proferida. Nela, Orígenes exorta (talvez desnecessariamente) seus pupilos a trazer os tesouros intelectuais dos gregos para o serviço da filosofia cristã e, assim, imitar os judeus, que empregavam os vasos dourados dos egípcios para adorar o seu Santo dos santos[2].
Pode se supor que a despeito da desistência de Beirute e do estudo da lei romana, Gregório não desistiu inteiramente do objetivo de sua viagem para o leste. De fato, ele retornou para o Ponto com a intenção de estudar a lei. O plano dele, porém, foi novamente colocado de lado, pois ele foi logo consagrado bispo de sua Cesareia natal por Foedimus, bispo de Amasea e metropolita de Ponto. Este fato ilustra de forma interessante o crescimento da hierarquia na igreja primitiva, pois à comunidade cristã de Cesareia, então com 17 almas, foi dado um bispo. Antigos documentos canônicos indicam que era possível que comunidades com até mesmo 10 cristãos terem seu próprio bispo. Quando Gregório foi consagrado, ele já tinha 40 anos de idade e liderou sua comunidade por 13 anos[2].
Nada definitivo se sabe sobre seus métodos, mas ele deve ter mostrado muito zelo em aumentar seu pequeno rebanho, com o qual ele iniciou sua administração episcopal. Uma fonte antiga atesta este zelo missionário preservando uma curiosa coincidência: Quando Gregório iniciou seu trabalho, havia apenas 17 cristãos na cidade, quando morreu, havia apenas 17 pagãos em toda Neocesareia. Presumivelmente, os muitos milagres pelos quais ele ganhou sua fama de Taumaturgo foram realizados durante estes anos[2].
[editar] Historicidade de sua vida
Estela de Gregório na Basílica de Santa Sofia, em Istambul, que teria poderes milagrosos
Fontes sobre a vida, ensinamentos e ações de Gregório Taumaturgo são todas mais ou menos abertas à crítica. Além dos detalhes dados pelo próprio Gregório, existem quatro outras fontes de informação de acordo com Kötschau, todas derivadas da tradição oral. De fato, as diferenças entre elas forçam a conclusão de que elas não poderiam ser todas derivadas de alguma fonte escrita comum. São elas[2]:
• Vida e Panegírico de Gregório por São Gregório de Nissa (P.G., XLVI, col. 893 sqq.);
• Historia Miraculorum, por Tirânio Rufino;
• um relato em siríaco sobre os grandes atos do Abençoado Gregório (manuscrito do século VI dC);
• São Basílio, De Spirtu Sancto ("Sobre o Espírito Santo");
Baseado em tradições familiares e um conhecimento da região, o relato de Gregório de Nissa é mais confiável do ponto de vista histórico que as outras versões da vida de Taumaturgo. No tempo de Rufino (ca. 400 dC), a história original já estava se tornando confusa. O relato siríaco é por vezes obscuro e contraditório. Mesmo a vida de Gregório de Nissa exibe um elemento lendário, embora os fatos tenham sido passados pra ele por sua avó, Santa Macrina Maior. Ele relata que antes de sua consagração episcopal, Gregório se retirou de Neocesareia para a solidão e foi agraciado com uma visão da Virgem Maria e João Evangelista, e que este último ditou-lhe um credo ou uma fórmula para a fé cristã, do qual um autógrafo existia em Neocesareia quando a biografia estava sendo escrita. O credo em si é importante para a história da doutrina cristã[2]. Gregório de Nissa descreve longamente os milagres que deram fama ao bispo de Neocesareia o título de Taumaturgo, ainda que o elemento imaginativo esteja muito ativo. É claro, porém, que a influência de Gregório deve ter sido considerável e seu poder milagroso, indubitável. Poderia se esperar que o nome de Gregório aparecesse entre os que tomaram parte no Primeiro Concílio de Antioquia contra Paulo de Samósata[3]. Provavelmente ele tomou parte também no Segundo Concílio de Antioquia, também realizado ali e contra o mesmo heresiarca, pois a carta deste concílio foi assinada por um bispo chamado Teodoro, que era o nome original de Gregório[4]. Para atrair as pessoas para os festivais em honra aos mártires, Gregório organizava diversões profanas que poderiam ter apelo junto aos pagãos, que estavam acostumados com cerimônias religiosas que combinavam solenidade com prazer e alegria.
[editar] As obras de Gregório
Gregório Taumaturgo
• Oratio Panegyrica, em honra à Orígenes, descreve em detalhe os métodos pedagógicos do mestre. Gregório nos conta nesta obra[5] que, sob seu mestre, ele leu livros de muitos filósofos, sem restrições quanto à escola, exceto a ateísta. Desta leitura de antigos filósofos, ele aprendeu a insistir frequentemente na unidade de Deus, ainda mais por sua longa experiência com populações pagãs ou rudemente cristãs, que demonstrou a necessidade disto. Traços desta insistência podem ser vistos em Tractatus ad Theopompum, sobre a possibilidade ou impossibilidade de Deus. Esta obra parece pertencer à Gregório, embora o arranjo geral da composição lembre Metódio. Uma característica similar provavelmente poderia ser vista na obra perdida Dialogus cum Aeliano (Pros Ailianon dialexis), que conhecemos através de São Basílio. Ele frequentemente atesta a ortodoxia de Taumaturgo [6] e o defende contra os sabelianos, que alegavam ser dele as suas crenças e citavam como dele a seguinte fórmula: patera kai ouion epinoia men einai duo, hypostasei de en ("que o Pai e o Filho eram dois em inteligência, mas um em substância"), do já mencionado Dialogus cum Aeliano. São Basílio respondeu que Gregório estava argumentando contra um pagão e usou as palavras agonistikos e não dogmatikos, ou seja, no calor do combate e não numa exposição calma. Neste caso, ele insiste, corretamente, na unidade divina. Por fim, ele acrescentou ainda que a mesma explicação deve ser dada às palavras ktisma (criado) e poiema (feito) quando aplicadas ao Filho, em referência ao Cristo Encarnado. Basílio ainda afirma que o texto da obra está corrompido [2].
• "Epístolas Cânonicas", Epistole Kanonike[7] tem grande valor tanto para os historiadores quanto para os canonicistas como evidência da organização da Igreja da Cesareia e outras igrejas da região do Ponto sob a influência de Gregório, num tempo em que os godos invasores começavam a agravar uma situação que já era grave pelas perseguições imperiais [8].
• Declaração de Fé (Ekthesis tes pisteos)[9] é uma espécie de documento teológico. Ele deixa clara a ortodoxia de Gregório no assunto da Trindade. Sua autenticidade e data parecem estar definitivamente resolvidas, a data sendo acordada como entre 260-270 dC. Caspari mostrou que esta confissão de fé é um desenvolvimento das premissas deixadas por Orígenes. Sua conclusão não deixa dúvidas:
“ Não existe, portanto, nada criado, nada maior ou menor na Trindade, nada adicionado como se não existisse antes, mas nada era antes sem o Filho, nem o Filho sem o Espírito, e esta Trindade é imutável e inalterável para sempre.
São Nicolau de Mira, dito Taumaturgo, também conhecido como São Nicolau de Bari, é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos.
É aceite que São Nicolau, bispo de Mira, seja proveniente de Patara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342.
Sob o império de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez da própria Igreja. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças e outros necessitados.
A ele foram atribuídos vários milagres, sendo daí proveniente sua popularidade em toda a Europa e sua designação como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, temos um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir as autênticas das abundantes lendas que germinaram sobre este santo muito popular, cuja imagem foi tardiamente relacionada e transformada no ícone do Natal chamado de Papai Noel (português brasileiro) ou Pai Natal (português europeu) um velhinho corado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes. Inclusivamente que ainda é referido como Santa Claus ou St. Nicholas na maior parte dos países da língua anglófona.
É tido como acolhedor com os pobres e principalmente com as crianças carentes, o primeiro santo da igreja a se preocupar com a educação e a moral tanto das crianças como de suas mães.

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